Rei de Inglaterra a partir de 1509, altura em que sucedeu a seu pai Henrique VII. Nesse ano casou com Catarina de Aragão, a viúva de seu irmão. Durante o período de 1513 a 1529, Henrique dedicou-se a uma política externa activa, em grande parte devido à orientação do seu chanceler, o cardeal Wolsey, que partilhava o desejo de Henrique de fortalecer a Inglaterra. Explorando a rivalidade entre Francisco I de França e Carlos V, tornaram a Inglaterra no árbitro do litígio, aumentando o prestígio e a influência desta. Esta orientação política terminou desastrosamente após Henrique ter começado a apoiar Carlos V (1522) que, ao derrotar Francisco I em Pavia (1525), deixou de necessitar do apoio inglês. Wolsey foi substituído por Tomás Morus em 1529, por não ter sido capaz de convencer o papa a conceder o divórcio ao rei. Depois de 1532, Henrique cortou os laços com a autoridade papal, proclamando-se chefe da Igreja de Inglaterra e dissolveu os mosteiros. Divorciou-se de Catarina, em 1533, alegando que ela era velha de mais para lhe dar um herdeiro e casou com Ana Bolena, que foi decapitada em 1536, após ter sido ostensivamente acusada de adultério. A terceira mulher de Henrique, Jane Seymour, morreu em 1537. Casou com Ana de Clèves em 1540, dando seguimento à política de Thomas Cromwell de formar uma aliança com os alemães protestantes, porém, não demorou muito para que abandonasse essa orientação, divorciando-se de Ana e mandando decapitar Cromwell. A sua quinta mulher, Catarina Howard, foi decapitada em 1542. No ano seguinte casou com Catarina Parr, que lhe sobreviveu. Henrique nunca perdeu por completo a sua popularidade, mas as guerras com a França e a Escócia, que tiveram lugar no final do seu reinado, afectaram profundamente a economia inglesa. Henrique prosseguiu o seu ataque à Igreja com o
encerramento dos mosteiros (1536-1539), confiscação das terras da Igreja entretanto concedidas aos apoiantes do rei. Mandou executar católicos romanos, inclusive Tomás Morus, por se recusarem a aceitar a sua supremacia dentro da Igreja, e protestantes que opinavam que as suas mudanças não tinham
sido suficientemente abrangentes. No entanto, e apesar de ter estabelecido as bases da Reforma inglesa através do corte de relações com Roma, pouca simpatia nutria pelos dogmas protestantes. De qualquer modo, o poder da coroa foi consideravelmente fortalecido pela política eclesiástica de Henrique VIII e as confiscações monásticas deram força ao crescimento de uma nova nobreza, nobreza essa que viria a revelar-se muito influente nos reinados seguintes. Sucedeu-lhe o seu filho Eduardo VI.
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