segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Martinho Lutero (1483-1546)


Reformador alemão da Igreja Cristã, fundador do protestantismo. Enquanto padre na Universidade de Wittenberg, escreveu textos críticos sobre a venda de indulgências (remissão do castigo pelos pecados cometidos). O imperador romano Carlos V intimou-o a comparecer na Dieta (assembleia dos dignitários do império romano) de Vorms, na Alemanha, em 1521, onde ele recusou retractar-se. Assumindo-se originariamente como um reformista, o seu protesto conduziu ao cisma, na sequência da confissão de Augsburgo, uma profissão da fé protestante, no ano de 1530. Lutero é considerado o instigador da revolução protestante, sendo agora o luteranismo a religião predominante em muitos países do norte da Europa, incluindo a Alemanha, Suécia e Dinamarca.

Lutero, filho de um mineiro, nasceu em Eisleben, estudou e passou três anos como monge no convento agostiniano da Universidade de Erfurt, tendo sido ordenado sacerdote em 1507. Pouco depois, atraiu as atenções como professor e pregador na Universidade de Wittenberg. Em 1517, regressado de uma visita a Roma, alcançou a celebridade a nível nacional ao denunciar o monge dominicano Johann Tetzel (1455-1519), que fora enviado pelo papa para vender indulgências, como meio de reunir fundos para a reconstrução da basílica de São Pedro em Roma.

No dia 31 de Outubro de 1517, Lutero afixou na porta da igreja de Wittenberg a declaração das 95 teses respeitantes às indulgências, e, no ano seguinte, foi intimado por Roma a justificar esse acto. Como resposta, lançou um ataque ainda mais forte ao papado e, em 1520, queimou publicamente, em Wittenberg, a bula papal (édito) que tinha sido emitida contra ele. Quando regressava a casa, vindo da Dieta imperial de Vorms, foi levado pelo príncipe eleitor da Saxónia em regime de «prisão preventiva», para o castelo de Wartburg. Mais tarde, desentendeu-se com o teólogo holandês Erasmo, que o tinha apoiado nos ataques lançados contra a autoridade papal, e envolveu-se em controvérsias com os seus opositores religiosos e políticos. Após a confissão de Augsburgo, em 1530, Lutero retirou-se gradualmente da liderança protestante. A sua tradução das Escrituras marca a emergência do idioma alemão moderno.

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