terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Napoleão I, Bonaparte (1769-1821)


Imperador dos franceses em 1804-14 e 1814-15. General a partir de 1796, nas guerras da revolução, em 1799 deitou abaixo o governo do Directório e tornou-se ditador. A partir de 1803 conquistou quase toda a Europa (guerras napoleónicas) e instalou os seus irmãos como reis-fantoches em vários tronos. Após a guerra peninsular e a retirada de Moscovo (1812), foi forçado a abdicar em 1814 e a exilar-se na ilha de Elba. Em Março de 1815 reassumiu o poder, sendo, contudo, derrotado pelas forças britânicas e prussas na batalha de Waterloo e exilado na ilha de Santa Helena. As suas reformas administrativas internas são ainda hoje uma realidade em França.

Napoleão, nascido em Ajaccio (Córsega), foi encarregue de comandar a artilharia em 1785 e distinguiu-se pela primeira vez no cerco de Toulon, em 1793. Tendo reprimido a sublevação realista em Paris, em 1795, foi-lhe dado o comando contra os austríacos em Itália, derrotando-os em Lodi, Arcole e Rivoli (1796-97). O Egipto (considerado como meio caminho para a Índia) e a Síria foram invadidos, mas a frota napoleónica foi destruída pelo almirante britânico Nelson na batalha do Nilo. Napoleão regressou a França eempreendeu um golpe de estado contra o governo do Directório, estabelecendo a sua própria ditadura e autodenominando-se Primeiro Cônsul. Os austríacos foram novamente derrotados em Marengo, em 1800, e a aliança contra França foi destruída, sendo declaradas tréguas em 1802. Um plebiscito nesse mesmo ano fê-lo cônsul vitalício. Em 1804 outro plebiscito fê-lo imperador.

Apesar de conservar e ampliar as reformas legislativas e educativas dos jacobinos, Napoleão substituiu a constituição democrática, instituída pela Revolução, por um despotismo centralizado e, pela concordata estabelecida com o papa Pio VII, reconciliou-se com a igreja católica. O Código Napoleónico continua a ser a base do direito francês.

Em 1803, renovou-se a guerra com a Grã-Bretanha apoiada pela Áustria e Rússia, a partir de 1805, e pela Prússia (a partir de 1806). Impedido pela marinha britânica de invadir a Grã-Bretanha, Napoleão afastou a Áustria da guerra pelas vitórias em Ulm e Austerlitz (1805), e a Prússia, pela vitória em Jena (1806). Depois das batalhas de Eylau e Friedland, formou uma aliança com a Rússia em Tilsit, em 1807. Napoleão proibia agora a entrada de produtos britânicos na Europa intentando um bloqueio económico conhecido por bloqueio continental; ocupou Portugal e, em 1808, colocou o seu irmão José no trono de Espanha. Ambos estes países se revoltaram, com a ajuda inglesa, e a Áustria procurou entrar novamente na guerra, sendo derrotada em Wagram. Em 1796 Napoleão havia casado com Josefina de Beauharnais mas, em 1809, para reclamar a sua igualdade perante os Habsburgos, divorciou-se casando com a filha do imperador austríaco, Maria Luísa.

Com o não cumprimento pela Rússia do Bloqueio Continental, Napoleão decide avançar e ocupa Moscovo. Contudo, a retirada do seu exército devido ao Inverno rigoroso de 1812 encorajou a Prússia e a Áustria a declararem-lhe guerra, novamente, em 1813. Foi derrotado em Leipzig e expulso da Alemanha. Apesar da
brilhante campanha de Napoleão em solo francês, os aliados invadiram Paris forçando-o a abdicar em Abril de 1814; foi exilado para a ilha de Elba, ao largo da costa ocidental de Itália. Em
Março de 1815 conseguiu fugir recuperando o poder por cem dias, com o auxílio do marechal Ney. Contudo, a Grã-Bretanha e a Prússia lideraram uma força aliada contra ele em Waterloo (Bélgica), em Junho. Rendendo-se aos ingleses, abdicou novamente sendo exilado na ilha Sta. Helena, a 1900 km a ocidente de África, onde veio a morrer. O seu corpo foi transportado em 1840 para ser sepultado no Hôtel des Invalides, em Paris.

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