quinta-feira, 25 de abril de 2013

25 de Abril (ou Revolução dos Cravos)




Revolução que, em 1974, derrubou o regime autoritário concebido por Salazar, pondo fim a quarenta e oito anos de ditadura e abrindo o caminho para a democracia em Portugal.



Contestação do regime

Apesar do seu carácter fechado e repressivo, o regime corporativo fora profundamente afectado pela década de 60. Depois da campanha oposicionista do general Humberto Delgado (assassinado pela polícia política em 1965), a contestação social e política atingira níveis nunca vistos, ultrapassando os círculos intelectuais e alastrando aos meios operários e ao movimento estudantil. À medida que se avançava na década, a Guerra Colonial entretanto iniciada (1961) tornava-se o alvo especial da oposição — consumia os esforços e as vidas do país e revelava-se como um combate longo, sangrento e inútil. Entretanto, aumentara a pressão externa contra Salazar. O afastamento deste último e a liberalização que se lhe seguiu, liderada por Marcelo Caetano, não pôs fim ao problema da guerra, acabando mesmo, na óptica do governo, por se revelar prejudicial à sua condução. Enquanto a pressão à sua volta crescia, o regime voltava a fechar-se, entrando nos anos 70 sem perspectivas de se modificar.


Derrube do regime

A solução acabou por vir do lado de quem fazia a guerra: os militares. No ano de 1973, um dos mais mortíferos da Guerra Colonial, nascia uma conspiração de oficiais de patente intermédia, descontentes com a duração e as condições do conflito. Começava o «Movimento dos Capitães», depois designado por Movimento das Forças Armadas (MFA). Este movimento politizou-se rapidamente, concluindo pela inevitabilidade do derrube do regime em Portugal para se poder chegar à paz em África. Depois de um golpe falhado nas Caldas da Rainha (16 de Março), em que não teve intervenção, o MFA decidiu avançar: o major Otelo Saraiva de Carvalho elaborou o plano militar e, na madrugada de 25 de Abril, a operação «Fim-regime» tomou conta dos pontos estratégicos da cidade de Lisboa, em especial do aeroporto, da rádio e da televisão. Lideradas pelo capitão Salgueiro Maia, as forças revoltosas cercaram e tomaram o quartel do Carmo, onde se refugiara o chefe do governo, Marcelo Caetano. Rapidamente, o golpe de estado militar foi aclamado nas ruas pela população portuguesa, cansada da guerra e da ditadura, transformando-se o movimento numa imensa explosão social e numa revolução pacífica, que ficou conhecida no estrangeiro como a «Revolução dos Cravos».






Período revolucionário

Afastados os principais responsáveis do regime, seguiu-se a libertação dos presos políticos e o fim da censura sobre a imprensa. Regressaram a Portugal inúmeros exilados políticos, entre os quais o dirigente comunista Álvaro Cunhal e o socialista Mário Soares. No programa do MFA apresentado ao país após o golpe, o mote dos «três D» (democratizar, descolonizar e desenvolver) resumia as aspirações dos militares, a que aderiram de imediato as forças políticas em constituição. Entretanto, os oficiais generais Costa Gomes e António de Spínola haviam sido atraídos para o movimento. O MFA entrava em compromisso com a hierarquia militar e desse compromisso saía uma Junta de Salvação Nacional. Consumado o golpe, a sucessão vertiginosa dos acontecimentos mostrava que se estava a entrar num período propriamente revolucionário. Com efeito, os «três D» teriam leituras diferentes por parte dos intervenientes no processo político, e essa divergência esteve na base da intensa luta social e política que o país conheceu em seguida. Para além das querelas entre os partidos políticos, foram complexas as lutas entre estes e os militares, e no interior das várias facções do próprio MFA, que a partir de muito cedo desempenhou um papel político autónomo. A Junta de Salvação Nacional, que concentrou o poder até Maio de 1974, perdeu progressivamente capacidade de acção, o mesmo sucedendo com o general Spínola, obrigado a afastar-se da presidência da república na sequência dos acontecimentos de 28 de Setembro, em que estiveram presentes sobretudo divergências quanto ao ritmo e à forma de fazer a descolonização.


Descolonização

De facto, tomando como interlocutores os anteriores adversários de armas e reconhecendo a sua legitimidade, os primeiros governos provisórios aceleraram o ritmo da descolonização, facto que veio a tornar-se uma das maiores polémicas da sociedade portuguesa do pós-25 de Abril. A pressa de resolver a situação militar no terreno, a pressão internacional para a auto-determinação das antigas colónias e a própria evolução dos acontecimentos em Portugal ajudam a explicar uma entrega rápida dos territórios africanos: Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e, finalmente, Angola tornavam-se independentes entre 1974 e 1975, e começava o regresso e a integração em Portugal de cerca de 500 000 retornados, um dos mais importantes fenómenos sociais da nossa história.


Reforço do radicalismo de esquerda

A partir de 1975, no entanto, passou a ser a situação interna do país que dominou a agenda dos principais protagonistas. O afastamento de Spínola, substituído na presidência pelo general Costa Gomes, era paralelo ao crescimento da influência do MFA, com alguns dos seus membros a tomarem posições cada vez mais à esquerda. Também os governos provisórios reflectiam esta orientação, sobretudo a partir da chegada a primeiro-ministro de Vasco Gonçalves (III governo provisório). Num país em mudança acelerada, que se abria ao exterior e se confrontava com o seu próprio atraso a nível interno, a partir de 11 de Março (golpe «spinolista» com imediata resposta das forças afectas ao MFA) reforçou-se a influência das posições revolucionárias mais radicais. O MFA institucionalizou-se e dele nasceu o Conselho da Revolução, que passou a assumir funções de soberania.


Avanço para o socialismo


A par de viabilizarem as reivindicações democráticas contidas no programa inicial — com a realização, a 25 de Abril de 1975, de eleições livres para a Assembleia Constituinte —, os poderes civil e militar em exercício nortearam-se cada vez mais por um socialismo económico e social. Tal incluía transformações estruturais no tecido económico e produtivo português, defendendo-se um papel dirigente para o estado. A nacionalização da banca e dos seguros, assim como o início da ocupação de terras nos latifúndios alentejanos, foram as medidas mais polémicas dos governos gonçalvistas (com especial destaque para o V Governo Provisório), com o apoio dos comunistas e da ala esquerdista do MFA. Atravessava-se o célebre «Verão Quente de 75», em que as divergências sobre as opções dos governos e do Conselho da Revolução 
acenderam mesmo o rastilho dos atentados políticos, sobretudo no norte do país. Ao nível dos partidos verificou-se também uma crescente polarização em torno das opções económico-sociais, que passou a ter como principais antagonistas o Partido Socialista (e os partidos à sua direita) e o Partido Comunista, com a questão da unidade sindical no centro da discórdia. No entanto, a movimentação social e sindical ao longo do período revolucionário, apesar da crescente hegemonia dos comunistas, foi muito diversificada e complexa, não podendo ser reduzida à acção destes últimos. Tudo isto se reflectiu no acidentado processo que levou à redacção da Constituição de 1976: consagrando os direitos democráticos e civis fundamentais, o pluralismo político e a descentralização administrativa, ela estipulava o avanço para o socialismo, o papel dirigente do estado na economia, a irreversibilidade das nacionalizações e a reforma agrária.


Normalização democrática

Por fim, depois do 25 de Novembro de 1975 e da contenção da ala mais radical do Conselho da Revolução, tinham lugar as primeiras eleições legislativas livres para a Assembleia da República (25 de Abril de 1976), tendo saído vencedor o Partido Socialista, liderado por Mário Soares, um dos protagonistas da oposição ao antigo regime antes de 1974 e ao Partido Comunista durante os anos quentes da revolução. Acabava-se o ciclo dos governos provisórios e entrava-se numa via de normalização democrática. As dificuldades económicas e os problemas sociais iriam caracterizar a vida do novo regime. Mas também a liberdade, tornando-se o 25 de Abril o seu símbolo por excelência.




terça-feira, 2 de abril de 2013

Conselho da Revolução de 1974


Órgão de representação do Movimento das Forças Armadas (que organizou o golpe de estado do 25 de Abril de 1974), instituído segundo a constituição de 1976, e imposto no seguimento do golpe de 11 de Março de 1975, como resposta da esquerda militar a um eventual contragolpe.
Era constituído pelo presidente da república, estando sob o seu poder os chefes do estado-maior, o primeiro-ministro (se militar) e 14 oficiais. O seu funcionamento era permanente, não se limitando a períodos legislativos, com funções de convergência da Junta de Salvação Nacional e do Conselho de Estado, e com competência para proceder a reformas estruturais na economia portuguesa, daí decorrendo as nacionalizações de bancos, transportes e indústrias, a organização da reforma agrária e o processo de descolonização. Era também este organismo que licenciava os partidos políticos emergentes.
A partir de 25 de Novembro de 1975, repartiu poderes com o governo propriamente dito, no caso, o VI Governo Provisório. Foi largamente privilegiado em termos de funções, na constituição de 1976, ainda que parte delas não tenham chegado a ser exercidas. Foi extinto em 1982, após quatro anos de transição.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Revolução dos Cravos, 25 de Abril de 1974



25 de Abril de 1974, uma data marcante para o Povo Português, que assistiu a uma mudança de regime. Através do MFA (Movimento das Forças Armadas) a Ditadura (O Estado Novo) que durava já há 40 anos, CAIU! Esta data, ficou também conhecida como “Revolução dos Cravos”.
Para alguns, que nasceram depois do 25 de Abril de 1974, esta Data é apenas um feriado. Pois sempre conheceram Portugal num regime democrático. Mas nem Sempre foi assim.

Como Era Portugal Antes do 25 de Abril de 1974?

Dá para imaginar um país, em que as pessoas que lá vivem não podem tornar publico aquilo que pensam, Um pais em que a impressa, o cinema, o teatro e a literatura estão sujeitos á censura?
 Dá para imaginar a criação de uma policia (PIDE – Policia Internacional e de Defesa do Estado)que persegue e pune violentamente aqueles que se opõem ao Regime?
Dá para imaginar um país envolvido numa longa guerra com as suas colonias (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau), mas que em seu território, os cidadãos não tem garantia dos seus direitos á Saúde, Educação, Trabalho e Habitação?
Pois, Mas assim era o país em que nós vivemos, Assim era Portugal antes da Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974.

 O que aconteceu no dia 25 de Abril de 1974?

Nesse dia, Militares do MFA, Cansados da Guerra, e descontentes com o Regime Ditatorial, Revoltaram-se contra o estado, e promoveram uma enorme viragem na história e na vida de todos os Portugueses. Assim, Deu-se a Revolução dos cravos, e Portugal passou a viver numa democracia, onde a palavra liberdade passou a ter verdadeiro sentido.

Mas o Cravo, não é o único símbolo desta revolução,  A transmissão da canção “Grândola Vila Morena”, de José Afonso, pelas 00:20, na Rádio Renascença, serviu de sinal a todos os soldados: as operações militares estavam em marcha. E a população estava com o MFA, o que foi decisivo para esta grande Vitória!



Após a ocupação de locais estratégicos (instalações da Rádio Televisão Portuguesa, da Rádio Clube Portuguesa, do Aeroporto de Lisboa, do Banco de Portugal e da Marconi), os militares cercaram o Quartel do Carmo onde se encontravam o presidente do Conselho Marcelo Caetano e dois ministros que acabaram por se render algumas horas após o início do cerco. As forças policiais do regime também se renderam, sendo então possível libertar os presos políticos. Com a revolução nascia uma nova era para Portugal!

 O que mudou após a Revolução dos Cravos?
 
A Revolução do 25 de Abril trouxe de volta a liberdade de opinião e de expressão. Finalmente, era possível dizer aquilo que se pensava sem ter medo de ser punido. Tornou-se possível constituir partidos e associações e realizar eleições livres. Com a "Revolução dos Cravos", terminou a guerra colonial e os cidadãos passaram a ver garantidos os seus direitos económicos, jurídicos e sociais.
 Hoje, as conquistas do 25 de Abril fazem totalmente parte do nosso quotidiano. Talvez por isso nos esqueçamos de valorizar o bem precioso que foi devolvido ao país nessa data: a liberdade!

Para todos aqueles que desejam saber mais, vejam o filme de 119min abaixo, intitulado, "Capitães de Abril", um filme português  que retrata a historia de vários homens, vários capitães que tomaram iniciativa em mudar portugal!


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Revolução Chinesa



Sucessão de crises políticas (1919-1949), que ocorreram na China e culminaram com o estabelecimento do governo do Partido Comunista e com a instituição da República Popular da China.
Em 1912, uma revolta nacionalista derrubou a dinastia imperial Manchu. Chefiados por Sun Yat-sen (de 1923-1925) e por Chiang Kai-shek (de 1925-1949), os nacionalistas, ou Guomindang, foram progressivamente contestados pelo cada vez mais resistente Partido Comunista. Da Longa Marcha de 10 000 km para noroeste, efectivada pelos comunistas em 1934-35, formada com o objectivo de fugir aos ataques das forças do Guomindang, resultou o surgimento de Mao Tsé Tung como líder comunista.
No decurso da II Guerra Mundial (1939-1945), foram vários os grupos políticos chineses que juntaram os seus recursos militares e se opuseram aos invasores japoneses. Ultrapassada a guerra, o conflito intra-grupos reacendeu-se e transformou-se em guerra civil (1946-1949). Este só terminou com a derrota dos Guomindang, em Nanjing, que foram obrigados a fugir para Taiwan, e com o estabelecimento do regime comunista na República Popular da China sob o comando de Mao.

A revolução chinesa surgiu na sequência do colapso da dinastia manchu e como uma das consequências derivadas das crescentes convulsões internas, da pressão de governos estrangeiros e da fraqueza do governo central. Uma revolta nacionalista, em 1911-12, originou a proclamação de uma constituição republicana provisória e a arquitectação de um governo em Pequim, chefiado por Yuan Shihai. Entretanto, os Guomindang defrontavam-se com os problemas de ordem político-administrativa, relacionados com a reposição da autoridade do governo central e com os desafios impostos pelas facções militaristas, lideradas por senhores da guerra e pelo crescente movimento comunista.


Depois de 1930, Chiang lançou sucessivos ataques, que cercaram os comunistas sitiados no sudeste da China e facultaram a tentativa do comandante do exército, em furar o cerco. A então recém-formada Longa Marcha encaminhou-se para o noroeste da China, de Outubro de 1934 a Outubro de 1935, reduzindo o exército comunista de 100 000 para pouco mais de 8 000 soldados. Durante a marcha foi-se desenvolvendo uma luta pelo poder entre Mao Tsé Tung e Chang Kuo T', o que eventualmente dividiu o exército. O grupo de Mao estabeleceu finalmente a sua base em Yan'an, onde permaneceu durante a guerra com os japoneses, pelo que formou uma aliança coesa com os nacionalistas de modo a expulsar os invasores.
As tropas de Mao constituíram a base do Exército Vermelho que, em 1946, reavivou a guerra civil contra os nacionalistas e da qual, em 1949, saiu vitorioso, depois de os ter derrotado em Huai-Hai e Nanjing. Como consequência, foi estabelecido o regime comunista na China sob a liderança de Mao.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Revolução Chinesa



Sucessão de crises políticas (1919-1949), que ocorreram na China e culminaram com o estabelecimento do governo do Partido Comunista e com a instituição da República Popular da China.
Em 1912, uma revolta nacionalista derrubou a dinastia imperial Manchu. Chefiados por Sun Yat-sen (de 1923-1925) e por Chiang Kai-shek (de 1925-1949), os nacionalistas, ou Guomindang, foram progressivamente contestados pelo cada vez mais resistente Partido Comunista. Da Longa Marcha de 10 000 km para noroeste, efectivada pelos comunistas em 1934-35, formada com o objectivo de fugir aos ataques das forças do Guomindang, resultou o surgimento de Mao Tsé Tung como líder comunista.
No decurso da II Guerra Mundial (1939-1945), foram vários os grupos políticos chineses que juntaram os seus recursos militares e se opuseram aos invasores japoneses. Ultrapassada a guerra, o conflito intra-grupos reacendeu-se e transformou-se em guerra civil (1946-1949). Este só terminou com a derrota dos Guomindang, em Nanjing, que foram obrigados a fugir para Taiwan, e com o estabelecimento do regime comunista na República Popular da China sob o comando de Mao.
A revolução chinesa surgiu na sequência do colapso da dinastia manchu e como uma das consequências derivadas das crescentes convulsões internas, da pressão de governos estrangeiros e da fraqueza do governo central. Uma revolta nacionalista, em 1911-12, originou a proclamação de uma constituição republicana provisória e a arquitectação de um governo em Pequim, chefiado por Yuan Shihai. Entretanto, os Guomindang defrontavam-se com os problemas de ordem político-administrativa, relacionados com a reposição da autoridade do governo central e com os desafios impostos pelas facções militaristas, lideradas por senhores da guerra e pelo crescente movimento comunista.


Depois de 1930, Chiang lançou sucessivos ataques, que cercaram os comunistas sitiados no sudeste da China e facultaram a tentativa do comandante do exército, em furar o cerco. A então recém-formada Longa Marcha encaminhou-se para o noroeste da China, de Outubro de 1934 a Outubro de 1935, reduzindo o exército comunista de 100 000 para pouco mais de 8 000 soldados. Durante a marcha foi-se desenvolvendo uma luta pelo poder entre Mao Tsé Tung e Chang Kuo T', o que eventualmente dividiu o exército. O grupo de Mao estabeleceu finalmente a sua base em Yan'an, onde permaneceu durante a guerra com os japoneses, pelo que formou uma aliança coesa com os nacionalistas de modo a expulsar os invasores.
As tropas de Mao constituíram a base do Exército Vermelho que, em 1946, reavivou a guerra civil contra os nacionalistas e da qual, em 1949, saiu vitorioso, depois de os ter derrotado em Huai-Hai e Nanjing. Como consequência, foi estabelecido o regime comunista na China sob a liderança de Mao.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Revolução Americana


Revolta das colónias inglesas na América do Norte (1775-83), que resultou na instituição dos Estados Unidos da América.

Na sua origem esteve a oposição colonial à política inglesa de exploração económica e a recusa dos colonos em custear um exército permanente. Foi ainda estimulada pelos sentimentos antimonárquicos dos colonos e pela vontade em participar nas políticas que lhes diziam diretamente respeito.

A revolução americana, ou guerra da independência dos EUA, como por vezes é conhecida, foi o resultado de uma variedade de fatores complexos e de pontos específicos de contenção. Mas, no cerne da questão está na recusa do reconhecimento, tanto económico como psicológico, por parte da Inglaterra, face à superação das colónias americanas do estatuto que esta lhes tinha concedido e que carecia uma revisão radical.

Leis da navegação e impostos

As primeiras dificuldades surgiram com as chamadas Leis da navegação, que proporcionavam à Inglaterra um mercado fechado de determinados produtos coloniais mas que restringiam o comércio colonial, universalizando o contrabando. A situação atingiu o auge quando o primeiro-ministro britânico, George Grenville, decidiu pressionar as colónias, insistindo que as leis da navegação deveriam ser rigorosamente cumpridas. Propôs ainda que fosse criado e mantido um exército permanente para, aparentemente, proteger os colonos das incursões índias. Muitos foram os que consideraram que esta decisão não passava de uma medida intimidadora por forma a garantir a submissão colonial à vontade britânica. Esta questão tornou-se o cerne da discórdia com os colonos quando Grenville insistiu em cobrar impostos nas colónias como fundos de remuneração do exército.




Lei do selo

O exército era remunerado através da Lei do selo, aprovada em Março de 1765. Essa lei fixou, pela primeira vez, a cobrança de impostos directos nas colónias americanas. James Otis, de Boston, e Patrick Henry, da Virgínia, impeliram os colonos a resistir e o Congresso da Lei do selo, liderado pela colónia do Massachusetts, decidiu fazer uma petição ao rei e ao parlamento. Irrompeu uma vasta agitação cuja palavra de ordem era «Sem representação não há taxação» e ocorreram distúrbios em todas as colónias, desencadeando-se a destruição maciça dos selos. O governo inglês falhou no cálculo do grau de descontentamento provocada por esta lei e as tentativas de conciliação não resultaram. Depois de alguns meses de impasse, durante os quais se desencadearam sérios distúrbios em todas as colónias, o governo inglês foi forçado a ceder, face ao que reconheceu a oposição americana ao pagamento de impostos «internos» fixados a partir do exterior e, consequentemente, procedeu à abolição da Lei do selo.

O Boston tea-party

Apesar da cedência britânica à Lei do selo, o direito de fixar impostos nas colónias permaneceu. Os americanos pareciam estar dispostos a aceitar alguns impostos «externos» como, por exemplo, os direitos alfandegários. Enquanto isso, o chanceler do tesouro, Townshend, fixou, em 1767, direitos sobre a importação do chá, vidro e outros artigos para remunerar os funcionários da coroa destacados em serviço nas colónias. Isto parecia razoável ao governo britânico mas, para sua surpresa, os protestos americanos mantiveram-se e a oposição popular, silenciada pela revogação da Lei do selo, ganhou novamente voz, dando origem, em Março de 1770, ao massacre de Boston, com as tropas inglesas a abrirem fogo sobre uma multidão de colonos. Cinco colonos morreram e a situação estava longe de ser controlada. Forçados a desistir, em Abril os ingleses revogaram os direitos de importação, à exceção do imposto sobre o chá, o qual se manteve pela Lei do chá, concebida para auxiliar na diminuição dos excedentes de chá a preços reduzidos da companhia das Índias Orientais.
Os colonos recusaram-se a adquirir os fornecimentos de chá inglês, preferindo comprar o chá de contrabando proveniente da Holanda. No decurso do ano de 1773 os protestos ganharam força e as cargas de chá apodreciam nos armazéns de Charleston e de outros portos. Em Boston, os protestos foram mais além. Um grupo de homens disfarçados de índios entrarou a bordo dos navios atracados no porto e lançou os caixotes de chá ao mar. Este episódio ficou imortalizado como o «Boston tea-party». Ultrajado, Jorge III exigiu que o parlamento tomasse medidas drásticas, particularmente em relação ao estado do Massachusetts. As leis intoleráveis, como ficaram conhecidas pelos colonos, entraram em vigor em Março de 1774, daí resultando o encerramento do porto de Boston. O governador do Massachusetts passou a poder aquartelar soldados nas casas dos colonos, foram anulados os privilégios da colónia e a capital foi transferida de Boston para Salem.

Primeiro Congresso Continental

As leis intoleráveis impulsionaram outras colónias a apoiar o Massachusetts, dando origem ao primeiro Congresso Continental, que se reuniu em Filadélfia, a 5 de Setembro de 1774. A assembleia decidiu apelar à desobediência civil contra as autoridades britânicas, como protesto pelas leis e lançar um apelo ao rei Jorge III e ao povo inglês e canadiano, no sentido de um tratamento mais justo. A independência de Inglaterra foi explicitamente rejeitada mas, posteriormente, a facção que reclamava a independência ficou em vantagem.

Rebenta a guerra
A faísca para a eclosão de uma revolução global surgiu em Lexington, no Massachusetts, a 19 de Abril de 1775. O general Gage foi enviado ao Massachusetts como militar e governador civil, a fim de reprimir uma rebelião sem contexto que ocorrera naquela colónia. Para tal, enviou uma pequena força para confiscar depósitos militares ilegais e prender dois rebeldes proeminentes, John Hancock e Samuel Adams. A milícia de colonos local, conhecidos por minutemen, trocou fogo com as tropas britânicas. O inicio das hostilidades resultou na batalha de Lexington e Concord.

Da revolta à revolução
O segundo Congresso Continental, reunido em Filadélfia em Maio de 1775, reconheceu as milícias rebeldes em campo como um exército continental. George Washington foi, então, nomeado comandante-supremo das forças americanas, a 15 de Junho. Embora o Congresso se apresentasse como o embrião de um governo federal das treze colónias americanas em guerra com o governo britânico, não estava ainda preparado para rejeitar a submissão à coroa. Os ingleses foram reforçados com a chegada a Boston de Howe, Clinton e Burgoyne, acompanhados de tropas que elevaram o número total das suas forças para 10 000 efectivos. O exército americano encontrava-se estacionado na região continental e o primeiro combate significativo do conflito surgiu na batalha de Bunker Hill, a 17 de Junho de 1775. Os ingleses venceram mas tiveram muitas baixas. O Canadá é, entretanto, invadido por uma força americana, que foi obrigada a retirar-se depois da derrota de Benedict Arnold, no Quebeque, em Dezembro de 1775. Em Março de 1776 Washington fortificou Dorchester Heights, nos limites de Boston, e bombardeou a cidade, forçando a evacuação de Howe no dia 17. Os partidários da secessão da Inglaterra ganharam terreno no Congresso Continental e a Declaração de Independência dos EUA, esboçada por Thomas Jefferson e revista por Benjamin Franklin e John Adams, foi formalmente posta em vigor no dia 4 de Julho de 1776.

Depois da derrota de Washington em Long Island no dia 27 de Agosto, os americanos viram-se forçados a abandonar Nova Iorque, em Setembro, e a retirarem por New Jersey para a Pennsylvania. Entretanto, defrontaram e derrotaram os ingleses em Trenton, New Jersey, a 26 de Dezembro, e em Princeton, a 3 de Janeiro de 1777. Mas Washington sofreu outro grande revés na batalha de Brandywine, no dia 11 de Setembro, e pouco depois em Germantown, a 4 de Outubro, possibilitando que Howe ocupasse Filadélfia, então capital dos estados continentais formalmente independentes. Todavia, em apenas duas semanas, a situação britânica sofreu um grande retrocesso, quando Horatio Gates forçou a rendição dos ingleses, comandados por John Burgoyne, após a batalha de Saratoga, impedindo-os de se aliarem às forças de Howe.

Intervenção das potências europeias

Enquanto isso, a França viu na guerra da independência da América uma oportunidade de desferir um rude golpe à sua velha inimiga, a Inglaterra. E, em Fevereiro de 1778, firmou com os emissários americanos um tratado ofensivo e defensivo, levando a Inglaterra a declarar guerra à França. Em Setembro de 1778, os Países Baixos assinaram um tratado de amizade com as colónias americanas e juntaram-se-lhes, em 1780, na guerra contra a Inglaterra. Em Junho de 1779, também a Espanha faz a sua declaração de guerra, cercando Gibraltar e permitindo que New Orleans fosse utilizada como base dos corsários que actuavam contra os navios ingleses. Em Março de 1780 foi a vez de Catarina II da Rússia, que formou a Liga da neutralidade armada, ir em auxílio das colónias americanas, bloqueando o poder marítimo inglês. A revolução americana transformou-se numa guerra mais abrangente, na qual participaram muitas das grandes potências europeias.

O primeiro-ministro britânico, Lorde North, apercebeu-se da potencial generalização da guerra, principalmente quando os franceses intervieram e tentaram anular a sua política. Em Abril de 1778 foram nomeados enviados para a paz, a fim de iniciarem as negociações e o parlamento prometeu revogar as leis intoleráveis, suspendendo-as enquanto se aguardava o resultado das negociações. Mas já era demasiado tarde e o Congresso americano rejeitou a proposta, em Junho de 1778.

A guerra no mar
Uma das vantagens da intervenção francesa consistiu no auxílio à frota americana, da qual dependiam grandemente para todos os seus compromissos navais, embora fossem apoiados por grupos de corsários, como o chefiado pelo popular herói americano John Paul Jones.

Guerra no sul
Henry Clinton, entretanto nomeado para suceder a Howe como comandante das forças inglesas, evacuou Filadélfia em Junho de 1778 e tentou regressar a Nova Iorque. No entanto, Washington estava determinado a fazê-lo entrar em combate e atacou, daí resultando a batalha inconclusiva de Monmouth, a 28 de Junho de 1778. Esta foi a última acção generalizada de luta travada em solo do norte. Clinton ocupou Nova Iorque, enquanto Washington tomava posição numa região próxima de White Plains, onde ambas as facções permaneceram em observação mutua durante três anos. Enquanto isso, a verdadeira luta realizava-se a sul, onde Lord Cornwallis alcançou algumas vitórias notáveis, em particular a grande vitória britânica perto de Camden, na Carolina do Sul, a 16 de Agosto de 1780, e que foi quase fatal para os americanos.

A derrota inglesa

No final do Verão de 1781, Lorde Cornwallis foi cercado em Yorktown, na Virginia, pelas forças de Washington e de Lafayette, o comandante francês. A sua última esperança de retirada por mar foi desencorajada pela vitória francesa sobre a frota inglesa, a 5 de Setembro, em Chesapeake Bay. Este acontecimento isolou a força terrestre inglesa e Lorde Cornwallis foi forçado a render-se, no dia 19 de Outubro. Com a sua rendição, terminavam as esperanças inglesas de ganhar a guerra. Grande parte das regiões do sul foram evacuadas. A frota britânica, comandada pelo almirante Rodney continuou com êxito nas Índias Ocidentais, nomeadamente com a derrota da frota francesa na batalha de Saints, em Abril de 1782. O que não foi suficiente para se recompor do colapso das forças terrestres, sendo os ingleses obrigados a aceitar os termos preliminares da paz, em Novembro de 1782. E em Fevereiro de 1783 deu-se a cessação formal das hostilidades.

A Paz de Versalhes

Com a suspensão das hostilidades, em Fevereiro de 1783, o resto do ano foi passado em negociações entre os diversos países envolvidos no conflito e os americanos, representados por Benjamin Franklin, John Jay e John Adams. Com a Paz de Versalhes, em 3 de Setembro de 1783, a Inglaterra reconheceu a independência dos EUA e, em troca, foi-lhe permitido manter o Canadá e recuperar os territórios das Índias Ocidentais. Em contrapartida, a França recuperou Santa Lúcia, Tobago, Senegal e Goree, e a Espanha manteve Minorca e recuperou a Florida.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Revolução agrícola


Transformação da agricultura tradicional, no século XVIII, que se afirmou primeiro e mais intensamente em Inglaterra. Encontra-se directamente ligada à alteração das velhas estruturas de propriedade rural (e, logo, dos laços entre os proprietários e o campesinato), ao crescimento demográfico e ao aumento dos mercados de exportação desse país.

Uma primeira revolução (não implicando esse termo uma alteração brusca, mas sim a convergência de uma série de mudanças importantes) deu-se em finais do século XVII e princípios do século XVIII, promovida por capitalistas burgueses e pela pequena nobreza rural que pretendia ampliar e melhorar as suas explorações. Caracterizou-se sobretudo pela introdução do sistema de rotação de culturas e pelas novas relações de produção, alterando-se o regime de propriedade.

A revolução agrícola estende-se pelo tempo e nela se incluem a diversificação de cultivos (alguns dos novos produtos haviam sido importados do território americano ou asiático, após os descobrimentos, tais como a batata, o feijão ou o milho, que se tornaram base da alimentação de boa parte da população), a introdução de adubos minerais e a introdução de maquinaria.

A evolução da agricultura e dos regimes de propriedade diferiu nos vários países da Europa; na Europa de leste, persistiram relações e métodos tradicionais, e na Europa do Mediterrâneo as evoluções foram lentas e pouco intensas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Revolta de Varsóvia


Revolta contra a ocupação alemã de Varsóvia, ocorrida entre Agosto e Outubro de 1944 durante a II Guerra Mundial, organizada pela Resistência Polaca. A revolta seria brutalmente esmagada quando a ajuda soviética prometida aos polacos não veio.
O exército alemão começou a retirada de Varsóvia antes da chegada das tropas soviéticas, quando a Resistência Polaca entrou em acção para manter as forças alemãs ocupadas e facilitar a entrada na cidade do exército soviético. Os combates de rua começaram em 1 Agosto, mas no dia seguinte os soviéticos pararam a sua ofensiva, permitindo aos alemães usarem toda a sua força contra a rebelião polaca.
Apesar dos apelos dos polacos, os soviéticos não só não forneceram ajuda como também não permitiram que os Aliados transportassem armas e abastecimentos para os polacos por via aérea. Destacamentos da Resistência que se encontravam fora da cidade e que pretendiam entrar foram cercados e desarmados pelos soviéticos. Percebeu-se então que o objectivo dos soviéticos era que os polacos e os alemães se destruíssem mutuamente para que pudessem impor o seu regime sem terem oposição. A Resistência Polaca rendeu-se a 2 de Outubro de 1944.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Partido Socialista Revolucionário (PSR) (1978-)


Partido político português fundado em 1978, a partir da fusão do PRT (Partido Revolucionário dos Trabalhadores, de inspiração trotsquista) e da LCI (Liga Comunista Internacionalista, fundada em 1973), ambos oriundos de correntes revolucionárias desenvolvidas durante os anos 60, na atmosfera de crise estudantil, como alternativa às correntes dominantes da esquerda de então. O PRT viria a afastar-se da acção política em 1979, permanecendo o PSR na continuidade da LCI.

Nas eleições de 1979, conseguiu 60 000 votos. Em 1983, aliou-se à UDP, não conseguindo a eleição de qualquer deputado. Em 1987, participou nas eleições europeias, com o apoio de independentes e figuras públicas. Em 1989, o assassinato de José Carvalho, um membro do seu secretariado, por um grupo de skinheads, foi notícia. O PSR tem-se envolvido em campanhas e manifestações contra o militarismo e outros fenómenos, bem como contra a visita de figuras da política internacional como Le Pen e Pinochet.
Embora não tenha conseguido eleger nenhum deputado à Assembleia da República nas eleições de 1985, 1987, 1991 (em que ficou a 200 votos de conseguir eleger Francisco Louçã) e 1995, conquistou uma considerável projecção pública, graças sobretudo à originalidade de muitas das suas acções de campanha e à sua auto-definição como partido alternativo e rebelde da esquerda portuguesa.

sábado, 19 de janeiro de 2013

O que é uma revolução?


Alteração radical das instituições políticas, sociais e económicas de um estado. Encontra-se habitualmente relacionada com as alterações políticas.

Entre os exemplos destacam-se: a Revolução Americana, caracterizada pela libertação dos colonos americanos, dos laços coloniais, os quais estatuíram uma nação soberana e independente; a Revolução Francesa, que se gizou pelo derrube da monarquia absoluta, pela oposição interna e pelas revoltas populares; a Revolução Russa, demarcada pela queda da monarquia repressiva, deposta pelos que procuravam incrementar alterações sociais e económicas baseadas num modelo socialista.
Um dos exemplos mais recentes, foi o de Portugal, com a Revolução de 25 de Abril de 1974, que pôs fim a quarenta anos de governação totalitária imposta pelo Estado Novo e repôs a democracia. Entre 1989 e 1990, as nações do chamado bloco de leste pronunciaram-se contra os regimes comunistas de partido único, o que provocou na maioria dos casos uma revolução pró-democrática.

Enquanto as revoluções políticas se encontram maioritariamente associadas à violência, outras espécies de mutações podem provar um idêntico impacto na sociedade. Foi o caso da Revolução Industrial, que em meados do século XVIII, accionou profundas transformações económicas e sociais. Nos anos 70 e 80 a Revolução Tecnológica, como resultado do desenvolvimento tecnológico desenfreado, teve a sua origem com a invenção do chip, do silicone que facultou a utilização intensiva dos computadores.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Frente Revolucionária para a Independência de Timor Oriental


Movimento anticolonialista, criado em 1974, com o objectivo de tornar Timor Oriental um território independente.
Depois da retirada de Portugal (1974), que ocupou o território durante mais de 400 anos, a Fretilin, então recentemente formada, ocupou a cidade de Díli, capital de Timor-Leste, em 1975, e decretou Timor uma república. Situação efémera, já que a Indonésia, nesse mesmo ano, invadiu e anexou o território. Desde então, os confrontos entre os guerrilheiros da Fretilin, comandados por Xanana Gusmão (preso em 1993), e as tropas indonésias foram constantes. Os guerrilheiros que escaparam à acção dos soldados de Jacarta, formaram «quartel-general» nas montanhas mais altas do país, contando com o apoio dos habitantes da ilha, a partir do qual lançavam os seus ataques às forças invasoras.
O movimento dedicou muitos dos seus esforços à divulgação, no exterior, das violações dos direitos humanos dos timorenses perpetradas pelos indonésios.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Xerxes (c.519-465 a.C.)


Rei da Pérsia desde 485 a.C.. Sucedeu a seu pai Dario. No ano de 480 a.C. e durante a segunda guerra Médica, atravessou Dardanelos, à frente do seu exército, apoiado pela marinha fenícia.

Apesar de ter conquistado e incendiado Atenas, sofreu uma pesada derrota em Salamina, sendo forçado a retirar-se. Enquanto isso, o seu general Mardónio manteve-se na Grécia, mas foi derrotado pelos gregos em Plateia, no ano de 479. Foi morto na sequência de uma intriga de corte.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Josef Estaline (1879-1953)


Político soviético. Estaline nasceu na Geórgia e era filho de um sapateiro. Educado religiosamente, foi expulso do seminário por fazer propaganda marxista. Em 1898, tornou-se membro do Partido Democrático Social e, em 1903, juntou-se a Lenine e aos bolcheviques. Esteve por diversas vezes exilado na Sibéria entre 1903 e 1913. Tornou-se depois membro do Politburo do Partido Comunista, e estabeleceu o Comité da Revolução de Outubro de 1917. Estaline congregou, rapidamente, um poderoso conjunto de acólitos, incluindo Molotov. Em 1921 tornou-se comissário para as nacionalidades no governo soviético, sendo responsável pelo decreto que garantia direitos iguais para todos os povos do império russo. Em 1922, foi nomeado secretário-geral do Partido Comunista. Depois da morte de Lenine em 1924, Estaline defendeu a tese da criação do «socialismo num só país» e entrou em conflito com Trotsky, que negava a possibilidade da existência do socialismo dentro da Rússia sem a ocorrência da revolução na Europa ocidental. Estaline ganhou esta luta ideológica em 1927 e, a partir de 1928, foram lançados uma série de planos quinquenais 
consecutivos no sentido de colectivizar a indústria e a agricultura. Enquanto ditador, nos anos trinta, rodeou-se de inimigos, reais e imaginários. O seu anti-semitismo causou, por exemplo, a execução de 19 activistas judeus, em 1952, acusados de «conspiração sionista». Toda a oposição foi eliminada na chamada grande depuração ocorrida entre 1936 e 1938. Durante a II Guerra Mundial, Estaline interveio na administração militar das campanhas contra a Alemanha nazi. Encontrou-se com Churchill e Roosevelt em Teerão, em 1943, e em Ialta, em 1945, e participou na conferência de Postdam. Depois da guerra, Estaline manteve um governo interno autocrata, conseguindo tornar a URSS numa super-potência, embora à custa de um grande sofrimento do seu povo, e estabelecendo na Europa oriental um conjunto de estados-satélites soviéticos. A sua acção foi denunciada, depois da sua morte, por Khrushchev e outros membros do regime soviético.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Napoleão I, Bonaparte (1769-1821)


Imperador dos franceses em 1804-14 e 1814-15. General a partir de 1796, nas guerras da revolução, em 1799 deitou abaixo o governo do Directório e tornou-se ditador. A partir de 1803 conquistou quase toda a Europa (guerras napoleónicas) e instalou os seus irmãos como reis-fantoches em vários tronos. Após a guerra peninsular e a retirada de Moscovo (1812), foi forçado a abdicar em 1814 e a exilar-se na ilha de Elba. Em Março de 1815 reassumiu o poder, sendo, contudo, derrotado pelas forças britânicas e prussas na batalha de Waterloo e exilado na ilha de Santa Helena. As suas reformas administrativas internas são ainda hoje uma realidade em França.

Napoleão, nascido em Ajaccio (Córsega), foi encarregue de comandar a artilharia em 1785 e distinguiu-se pela primeira vez no cerco de Toulon, em 1793. Tendo reprimido a sublevação realista em Paris, em 1795, foi-lhe dado o comando contra os austríacos em Itália, derrotando-os em Lodi, Arcole e Rivoli (1796-97). O Egipto (considerado como meio caminho para a Índia) e a Síria foram invadidos, mas a frota napoleónica foi destruída pelo almirante britânico Nelson na batalha do Nilo. Napoleão regressou a França eempreendeu um golpe de estado contra o governo do Directório, estabelecendo a sua própria ditadura e autodenominando-se Primeiro Cônsul. Os austríacos foram novamente derrotados em Marengo, em 1800, e a aliança contra França foi destruída, sendo declaradas tréguas em 1802. Um plebiscito nesse mesmo ano fê-lo cônsul vitalício. Em 1804 outro plebiscito fê-lo imperador.

Apesar de conservar e ampliar as reformas legislativas e educativas dos jacobinos, Napoleão substituiu a constituição democrática, instituída pela Revolução, por um despotismo centralizado e, pela concordata estabelecida com o papa Pio VII, reconciliou-se com a igreja católica. O Código Napoleónico continua a ser a base do direito francês.

Em 1803, renovou-se a guerra com a Grã-Bretanha apoiada pela Áustria e Rússia, a partir de 1805, e pela Prússia (a partir de 1806). Impedido pela marinha britânica de invadir a Grã-Bretanha, Napoleão afastou a Áustria da guerra pelas vitórias em Ulm e Austerlitz (1805), e a Prússia, pela vitória em Jena (1806). Depois das batalhas de Eylau e Friedland, formou uma aliança com a Rússia em Tilsit, em 1807. Napoleão proibia agora a entrada de produtos britânicos na Europa intentando um bloqueio económico conhecido por bloqueio continental; ocupou Portugal e, em 1808, colocou o seu irmão José no trono de Espanha. Ambos estes países se revoltaram, com a ajuda inglesa, e a Áustria procurou entrar novamente na guerra, sendo derrotada em Wagram. Em 1796 Napoleão havia casado com Josefina de Beauharnais mas, em 1809, para reclamar a sua igualdade perante os Habsburgos, divorciou-se casando com a filha do imperador austríaco, Maria Luísa.

Com o não cumprimento pela Rússia do Bloqueio Continental, Napoleão decide avançar e ocupa Moscovo. Contudo, a retirada do seu exército devido ao Inverno rigoroso de 1812 encorajou a Prússia e a Áustria a declararem-lhe guerra, novamente, em 1813. Foi derrotado em Leipzig e expulso da Alemanha. Apesar da
brilhante campanha de Napoleão em solo francês, os aliados invadiram Paris forçando-o a abdicar em Abril de 1814; foi exilado para a ilha de Elba, ao largo da costa ocidental de Itália. Em
Março de 1815 conseguiu fugir recuperando o poder por cem dias, com o auxílio do marechal Ney. Contudo, a Grã-Bretanha e a Prússia lideraram uma força aliada contra ele em Waterloo (Bélgica), em Junho. Rendendo-se aos ingleses, abdicou novamente sendo exilado na ilha Sta. Helena, a 1900 km a ocidente de África, onde veio a morrer. O seu corpo foi transportado em 1840 para ser sepultado no Hôtel des Invalides, em Paris.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cruzadas





Guerra europeia contra não-cristãos e heréticos, sancionada pelo papa. Em sentido restrito, as cruzadas foram um conjunto de guerras levadas a cabo pelos reinos europeus para estabelecer o domínio cristão na Palestina, entre 1096 e 1291. Motivadas por fervor religioso, desejo de obter terras e ambições comerciais das maiores cidades italianas, as cruzadas tiveram vários objectivos e efeitos. Começaram para garantir a segurança dos peregrinos que visitavam o Santo Sepulcro alargando-se posteriormente à maior parte do Médio Oriente, ao Egipto e Constantinopla. 

Na Palestina, o domínio moderado dos muçulmanos permitiu a existência de um protectorado cristão em Jerusalém, estabelecido por Carlos Magno. No entanto, esta coexistência pacífica acabou em 1010, quando o califa Hakim destruiu o santuário cristão. Depois de 1071, os sarracenos foram expulsos pelos turcos Seldjúcidas e as peregrinações cristãs tornaram-se bastante perigosas. Em 1095, o papa Urbano II pediu a protecção dos peregrinos aos cavaleiros europeus, iniciando-se assim as primeiras expedições. Ainda nesse ano, algumas hostes indisciplinadas, tal como a de Pedro, o Eremita, partiram para o Oriente, mas pereceram no caminho. Em 1096-1097 organizou-se uma nova expedição, comandada por Godofredo de Bulhão, Bohemundo de Otranto entre outros, que partiu a caminho da Ásia Menor, tomando Antioquia em 1098 e Jerusalém em 1099. Aí estabeleceram um reino cristão liderado por Godofredo enquanto o seu irmão Balduíno foi nomeado conde de Edessa (Alta Mesopotâmia) e Bohemundo governante de Antioquia. Durante o meio século seguinte, apesar dos reforços que incluíam frotas de Génova, da Noruega e de Veneza, os cristãos que se encontravam na Síria foram muito pressionados. Formaram-se, então, as ordens dos Hospitalários e dos Templários para apoiar a defesa de Jerusalém. Edessa perdeu-se em 1144, e a segunda Cruzada, liderada por Luís VII de França e Conrado III da Alemanha (1146-1148), acabou desastrosamente, desencorajando outras iniciativas do género. 

O espírito de Cruzada foi retomado no final do século XII devido às conquistas de Saladino, sultão do Egipto, que depois de capturar Damasco em 1174 e Alepo em 1183, avançou pela Galileia, derrotou um exército cristão nos Cornos de Hattin e tomou Jerusalém em Outubro de 1187. Os cristãos organizaram então várias expedições, das quais a mais importante foi a comandada, em 1189, por Filipe da França, 
Frederico da Alemanha e Ricardo I de Inglaterra. Os alemães avançaram pela Ásia Menor, perdendo o seu imperador no caminho, enquanto os franceses e ingleses foram por mar até Acre. Ricardo distinguiu-se na captura da cidade, mas desentendeu-se com os seus aliados, que o deixaram só para continuar a guerra. Depois de um ano de feitos brilhantes mas inúteis, concluiu uma trégua com Saladino e regressou à Europa. Em 1202, outra Cruzada, que partiu de Veneza, envolveu-se em intrigas venezianas e bizantinas e, em vez de chegar a Jerusalém, ajudou o deposto Isaac Angelus a retomar o trono grego. Alguns meses depois, Constantinopla foi atacada e saqueada pelos cruzados estabelecendo-se aí um império latino, sob 
Balduíno da Flandres, em 1204. A mais trágica destas expedições terá sido a Cruzada das crianças em 1212, quando alguns milhares de crianças foram enviados em Cruzada, tendo muitas morrido no caminho desde a França e a Alemanha até à costa italiana. As restantes embarcaram, mas à chegada a Alexandria foram capturadas e vendidas como escravos. André da Hungria comandou uma cruzada falhada em 
1217-1221 contra os muçulmanos no Egipto. Frederico II levou a cabo uma Cruzada com mais sucesso em 1228, conseguindo reconquistar Jerusalém e o sul da Palestina por diplomacia, a qual manteve-se em mãos cristãs até 1244. A Cruzada de Luís IX da França (São Luís) em 1249 foi orientada contra o Egipto, mas Luís foi capturado juntamente com a maior parte do seu exército sendo obrigado a pagar 800 000 peças de ouro de resgate. Apesar desta derrota, encabeçou outra Cruzada em 1270 vindo a falecer em Cartago. Alguns meses depois, o príncipe Eduardo de Inglaterra, depois Eduardo I, comandou os seus seguidores até Acre embora sem resultados. 

No século XIV foram organizadas várias cruzadas contra os turcos otomanos, com o intuito de travar o rápido avanço turco que se aproximava das fronteiras orientais da Europa. Vários papas continuaram a pregar a necessidade de uma guerra santa contra os infiéis, mas em vão. Quando Constantinopla foi capturada por Mohamed II em 1453, Pio II não conseguiu organizar uma Cruzada para a sua recuperação. 
Apesar do fim dos Templários, os Hospitalários, em Rodes e depois em Malta, continuaram a ser uma muralha contra o avanço turco no Mediterrâneo. 

Embora as cruzadas não tenham conseguido atingir os objectivos que se propunham acabaram por, indirectamente, beneficiar a Europa de várias maneiras. O comércio entre a Europa e a Ásia Menor aumentou consideravelmente e a Europa conheceu novos produtos, em especial, o açúcar e o algodão. Os 
contactos culturais que se estabeleceram entre a Europa e o Oriente tiveram um efeito estimulante no conhecimento ocidental e, até certo ponto, prepararam o caminho para o Renascimento. 

Na Península Ibérica desde 1100 que a Igreja, através da Bula de Pascoal II, apoiou a reconquista aos mouros como serviço de Cruzada, o que permitia gozar de certas indulgências e privilégios. A primeira Bula de Cruzada concedida a Portugal data do reinado de D. Sancho I, tendo sido renovada posteriormente por outros papas. Muitas cidades do reino português e do resto da península foram tomadas com o apoio de cruzados estrangeiros que aportavam ao nosso país a caminho, ou em regresso, da Terra Santa. A Bula de Cruzada permaneceu ainda associada aos Descobrimentos portugueses, nomeadamente nas lutas para a conquista das praças do norte de África.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Ordem dos Templários


Ordem militar e religiosa fundada em Jerusalém em 1119-1120 para proteger os peregrinos que viajavam para a Terra Santa. Desempenhou um papel importante nas cruzadas dos séculos XII e XIII. A ordem começou como um grupo de cavaleiros franceses, liderado por Hugues de Payens. O «Templo de Salomão» refere-se ao local do Templo de Jerusalém, onde lhes foram dadas as suas primeiras instalações pelo rei Balduíno II. Vivendo com votos de pobreza e castidade, de acordo com as regras de São Bernardo de Clairvaux, a ordem compreendia quatro níveis: criados, capelões, sargentos e cavaleiros, que vestiam capas brancas com cruzes vermelhas.
Inocêncio II colocou-a sob a autoridade directa do papa, em 1139. As suas relações internacionais permitiram-lhe adaptar-se ao declínio dos estados que promoviam as cruzadas no século XIII. Nesse século contava com cerca de 20 000 cavaleiros. A riqueza da ordem derivou, inicialmente, de oferendas piedosas por parte dos reis e nobres europeus, mais tarde suplementadas pelos seus negócios, o que permitiu à ordem tornar-se o grande banqueiro da Europa. A independência e o poder e riqueza dos templários, mais do que a alegada heresia, foram provavelmente os motivos que levaram Filipe IV de França, ajudado pelo papa de Avinhão, Clemente V, a suprimir a ordem em 1314. Depois da supressão da ordem, as propriedades foram divididas entre os seus maiores rivais, os hospitalários, e vários governantes seculares. Em Portugal, os Templários instalaram-se pouco depois da sua fundação, participando no combate aos mouros da Península. Foi-lhes doado Fonte Arcada (Penafiel), por volta de 1126, e depois os castelos de Soure, Cardiga, Foz do Zêzere e Tomar onde estabeleceram a sua sede, entre outros. Fundaram ainda, em 1170, o castelo de Almourol. Tiveram uma acção significativa na defesa e no povoamento de vastas regiões do reino, que então se estendia para sul. Considerando-se que a sua acção estaria isenta de culpa, nos reinos peninsulares de Castela, Leão e Portugal, aquando das investigações que levaram à extinção da Ordem dos Templários, esta acabou por ser suprimida, em Portugal, em 1312, sendo os seus bens transferidos para a Ordem de Cristo, criada em 1319.


sábado, 12 de janeiro de 2013

Leonardo da Vinci (1452-1519)




Pintor italiano, escultor e desenhista. Um génio da cultura humanista, da Vinci foi ainda arquitecto, inventor, cientista, escritor e músico. Filho natural de um notário da Vinci, os seus extraordinários talentos iriam revelar-se precocemente. Estudou com o pintor Verrocchio em Florença, na década de 1470, vindo a ter como patrono Lorenzo de Medici. Em 1472, tornou-se mestre, entrando para a guilda de São Lucas. Em 1482, entrou ao serviço de Lodovico Sforza, duque de Milão, tornando-se pintor da corte, arquitecto e engenheiro militar ao serviço do duque, até à sua queda em 1499, quando o exército francês ocupou Milão. Leonardo iria então para Mântua e depois para Veneza, onde teve também o cargo de engenheiro militar.

Cerca de 1500, deslocou-se para Florença, juntando-se dois anos depois a Cesare Borgia nas suas campanhas militares. A derrota de Borgia levaria a que o pintor regresasse a Florença, onde permaneceu até 1508. Uma das maiores figuras do renascimento italiano, pintou, quando ao serviço de Sforza A Última Ceia, um mural datado de c. 1495, hoje exposto em Santa Maria Delle Grazie (Milão) e, na fase do seu 
regresso a Florença a célebre Mona Lisa. Entre as suas primeiras obras encontra-se um esboço da paisagem toscana (1473), hoje na Galeria dos Uffizi (Florença); outros trabalhos desta fase inicial são desenhos, retratos e cenas religiosas, como a inacabada Adoração dos Reis Magos, encomendada em 1481, também exposta nos Uffizi.

A sua obra influenciou muitos dos artistas seus contemporâneos, como Rafael, Giorgione e Bramante. Leonardo revolucionou a pintura da época, usando nas telas, em vez de uma preparação branca, uma de tom escuro permitindo maior ilusão de espacialidade aos temas representados com um modelado também inovador. Desenvolveu o uso da perspectiva aérea através da qual, e tendo como referência os valores atmosféricos, a nitidez dos contornos vai diminuindo e as cores vão adquirindo tonalidades mais frias, consoante as figuras e objectos representados se afastam do primeiro plano. Este efeito de perspectiva era aliado à técnica do sfumato (esfumado) em que os contornos das formas se esbatem progressivamente envolvendo, por gradação da luz, os planos mais afastados numa neblina que dá às suas obras a característica ambiência misteriosa e enigmática.

Os seus princípios compositivos, que incluíam o agrupamento das figuras dentro de uma pirâmide virtual, ligados pelos gestos e pela direcção dos olhares e expressões faciais, tornou-se numa regra das convenções compositivas do renascimento pleno. As suas duas versões de Virgem com o Menino e Santa Ana e A Virgem dos Rochedos, no Museu do Louvre e na Nacional Gallery, respectivamente, exemplificam 
estes princípios.

Entre as suas obras primas encontram-se a já mencionada Mona Lisa, que se supõe ser a mulher de Francesco del Giocondo e que é também conhecida como La Gioconda (embora a sua identidade tenha já despoletado várias interpretações) e A Batalha de Anghiari (1500-1505), anteriormente exposta no Palazzo Vecchio, Florença. Particularmente entre 1490 e 1495, Leonardo registou os seus escritos numa caligrafia invertida, escrita da direita para a esquerda, só podendo ser descodificada com o auxílio de um espelho. Os seus tratados, ilustrados, versam sobre inúmeras matérias, entre as quais a pintura, a arquitectura, a anatomia e a mecânica. Os últimos tratados e escritos datam da década de 1490, fazendo um deles parte do espólio da Biblioteca Nacional de Madrid. Num destes últimos escritos, expõe as suas teorias sobre a mecânica, com desenhos de máquinas, macacos hidráulicos e serras mecânicas, entre outros, precursores de alguns 
artefactos contemporâneos.



A par destas explanações, abordando os princípios da fricção e da resistência, Leonardo registou ainda os seus estudos sobre o voo das aves, criando os protótipos de um pára-quedas e de um engenho voador, e ainda sobre as propriedades da água em movimento, tendo em 1503 planeado um canal para a navegação de embarcações. Ao serviço dos seus mecenas, inventou também aparelhos bélicos como canhões e tanques; o seu génio científico levou-o ainda a aprofundar estudos sobre óptica e geologia.