Ordem militar e religiosa fundada em Jerusalém em 1119-1120 para proteger os peregrinos que viajavam para a Terra Santa. Desempenhou um papel importante nas cruzadas dos séculos XII e XIII. A ordem começou como um grupo de cavaleiros franceses, liderado por Hugues de Payens. O «Templo de Salomão» refere-se ao local do Templo de Jerusalém, onde lhes foram dadas as suas primeiras instalações pelo rei Balduíno II. Vivendo com votos de pobreza e castidade, de acordo com as regras de São Bernardo de Clairvaux, a ordem compreendia quatro níveis: criados, capelões, sargentos e cavaleiros, que vestiam capas brancas com cruzes vermelhas.
Inocêncio II colocou-a sob a autoridade directa do papa, em 1139. As suas relações internacionais permitiram-lhe adaptar-se ao declínio dos estados que promoviam as cruzadas no século XIII. Nesse século contava com cerca de 20 000 cavaleiros. A riqueza da ordem derivou, inicialmente, de oferendas piedosas por parte dos reis e nobres europeus, mais tarde suplementadas pelos seus negócios, o que permitiu à ordem tornar-se o grande banqueiro da Europa. A independência e o poder e riqueza dos templários, mais do que a alegada heresia, foram provavelmente os motivos que levaram Filipe IV de França, ajudado pelo papa de Avinhão, Clemente V, a suprimir a ordem em 1314. Depois da supressão da ordem, as propriedades foram divididas entre os seus maiores rivais, os hospitalários, e vários governantes seculares. Em Portugal, os Templários instalaram-se pouco depois da sua fundação, participando no combate aos mouros da Península. Foi-lhes doado Fonte Arcada (Penafiel), por volta de 1126, e depois os castelos de Soure, Cardiga, Foz do Zêzere e Tomar onde estabeleceram a sua sede, entre outros. Fundaram ainda, em 1170, o castelo de Almourol. Tiveram uma acção significativa na defesa e no povoamento de vastas regiões do reino, que então se estendia para sul. Considerando-se que a sua acção estaria isenta de culpa, nos reinos peninsulares de Castela, Leão e Portugal, aquando das investigações que levaram à extinção da Ordem dos Templários, esta acabou por ser suprimida, em Portugal, em 1312, sendo os seus bens transferidos para a Ordem de Cristo, criada em 1319.
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